A ementa das dietas alimentares

Se há coisa que adoro no mundo, é a diversidade que cada pessoa apresenta e que os torna únicos. Desde a maneira de vestir, aos traços que formam o rosto ou, quem sabe, a personalidade exuberante que define cada um.
Mas há coisas que nos vão passando ao lado e que, se virmos bem, definem tão ou mais uma pessoa que qualquer peça de vestuário. E hoje falamos da dieta que cada pessoa segue, e as escolhas aqui podem ser inúmeras e podem ser por saúde, por valores, por crenças ou porque simplesmente experimentaram e gostaram.
E nós somos, de facto, o que comemos.
Vegetarianismo
Vamos começar pela dieta mais conhecida: o vegetarianismo. E dentro do vegetarianismo que mundos há? Comem todos o mesmo? Serão os vegetarianos os primos pobres do veganismo?
Não e não. Dentro do vegetarianismo há de facto vegetarianos de todo o tipo e não, vegetarianismo e veganismo são parecidos em algumas situações, mas os conceitos são totalmente diferentes. Vamos lá abrir o nosso dicionário:
Vegetarianismo: é uma dieta que implica o não consumo de qualquer tipo de carne, aves ou peixes e que se divide em várias vertentes consoante a ingestão ou não de proteína animal.
Ovolactovegetarianismo: uma das escolhas mais comuns dentro do vegetarianismo, onde o consumo de ovos e produtos derivados do leite como queijo e iogurtes continuam a ser consumidos sem restrição;
Lactovegetarianismo: elimina carne, aves, peixes e ovos, mas mantém o consumo de lacticínios nas suas dietas;
Ovovegetarianismo: exatamente o contrário do anterior sendo a única fonte de proteína animal os ovos;
Vegetarianismo estrito: e aqui sim há uma extensa confusão com o veganismo. O veganismo não é considerado uma dieta alimentar mas sim um estilo de vida uma vez que as suas escolhas vão muito além da comida, passando por escolher produtos – desde roupas, maquilhagens, medicamentos, móveis, etc – que não tenham qualquer origem animal ou cuja produção não tenha qualquer ação negativa para os animais. No entanto, quem opta por este estilo de vida, segue uma alimentação vegetariana estrita em que elimina qualquer tipo de proteína animal em qualquer alimento.
Ufa, o vegetarianismo de facto merece um artigo completo sobre todas as suas modalidades, mas hoje só vos queremos mostrar as diferentes possibilidades de escolhas alimentares.
Raw Food
E raw food? Já ouviram falar? Custa-nos a querer que com o nosso workshop de amanhã, este nome não vos sugira alguma coisa. A alimentação raw é o consumo de alimentos que não precisam de ser cozinhados. Uma maravilha para aqueles dias que temos pouco tempo, certo?
É uma dieta já antiga, criada por volta de 1800 mas só recentemente começou a ter destaque e os seus adeptos acreditam que a mesma é cheia de benefícios para a saúde. Neste caso, consomem-se alimentos que não foram cozinhados (considera-se cozinhado quando aquecido acima de 40º), refinados, pasteurizados ou processados de qualquer forma. Pode-se consumir os alimentos em formato de sumo, desidratados, em imersão ou germinação, baseando-se essencialmente em vegetais, frutas, nozes e sementes. Também é comum ovos e peixes crus.
Parece-nos que a seleção de frescos do Mercado Orgânico tem tudo para a dispensa dos raw fooders.
Macrobiótica
A dieta macrobiótica foi ganhando fãs de há uns anos para cá e quase de certeza que todos nós temos pelo menos um amigo fã desta opção. Também conhecida como a dieta do Yin e Yang, o menu desta dieta inclui sementes, cereais integrais, grãos, vegetais e frutas, sendo a única proteína o peixe.
Predominantemente vegetariana, a dieta macrobiótica tem como característica principal a harmonia com a natureza, promovendo a saúde. Neste caso, o preparo dos alimentos também ganha destaque, uma vez que são cozinhados em pouca água e sem recurso a micro ondas ou a panelas elétricas.
Mediterrânea
Das dietas mais conhecidas e, embora das mais usadas em Portugal, esta dieta tem origem nos países banhados pelo Mar Mediterrâneo. É uma escolha super completa e os cientistas chamam-lhe a "a dieta da comida de verdade", porque não exclui nada - nem sequer o vinho -, e o segredo é o equilíbrio. A proximidade ao mar faz com que o peixe seja a proteína mais consumida e, diz quem sabe, que traz imensos benefícios para a saúde.
Paleo
Sabiam que esta é das dietas mais antigas? O seu nome faz referência ao Paleolítico e é exatamente essa a inspiração da mesa paleo: carnes magras, peixes, frutas, vegetais, nozes e sementes, alimentos que podiam ser obtidos através da caça, pesca e recoleção. Por ser paleolítica, exclui alimentos que se tornaram comuns apenas com o surgimento da agricultura (aproximadamente à 10.000 anos atrás), como laticínios, legumes e grãos e tenta aproximar-se ao que os primeiros humanos comiam.
De uma coisa sabemos: o mundo está cheio de novas dietas a conhecer e, quem sabe, experimentar. Mas recomendamos sempre que o façam com o acompanhamento médico e nutricional indicado.
Por aí há adeptos de alguma destas dietas?
D'a vossa,
Esperança.